O Auditório da Cerâmica Arganilense recebe em palco, no próximo dia 23 de fevereiro, pelas 21h30, a peça “As Inêses que hão em nós”, com encenação de Elisabete Ferreira e dinamizado pelo Grupo de Teatro Barraca Preta, da Efeitardósia – Associação de Dinamização Sócio-Cultural da Lousã.
Adaptada a partir de um texto de Gil Vicente “Farsa de Inês Pereira”, de 1523, conta a história do próprio, quando acusado de plagiar obras de um autor espanhol Juan del Encina. Para se defender e demonstrar o quanto estavam enganados, pediu que lhe dessem um tema para que ele pudesse escrever uma peça. Foi-lhe dado o mote “mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”, da qual resultou uma peça que é considerada uma das mais divertidas e humanistas. Uma comédia de costumes que retrata o comportamento amoral da degradante sociedade da época e que critica a leviandade das raparigas que pretendem ascender socialmente através do casamento.
“As Inêses que hão em nós” convive com espectros do passado, pondo em cena os desvios de práticas e costumes sociais do presente, refletindo em como as fantasias, aliadas à agilidade e agudeza femininas, sempre se vão sobrepondo às amarras que fazem a mulher refém daqueles que, pela astúcia a não vencem, mas sim, e sempre, só pela força e num envolvimento atemporal, cómico e desconcertante.
Trata-se de uma peça de teatro para o público em geral, e para os alunos em particular, nomeadamente os alunos de 3º ciclo e secundário, pois Gil Vicente faz parte do currículo destes ciclos de ensino.
Os bilhetes estão disponíveis na Receção da Piscina Municipal de Arganil e no Balcão da Biblioteca Municipal Miguel Torga, com um valor de 2,50€. Menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos têm entrada gratuita.