Descrição Económica e Social do Concelho
O concelho de Arganil, com localização no Centro de Portugal, integra-se administrativamente no Distrito de Coimbra e do ponto de vista do ordenamento do território e faz parte dos catorze municípios que integram a sub-região do Pinhal Interior Norte (PIN), localizando-se na metade norte desta sub-região e, atualmente, faz parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra – CIMRC. O concelho de Arganil com uma superfície de 332,8 km², estrutura-se, no sentido Norte-Sul, entre os rios Ceira e Alva, ambos integrados na bacia hidrográfica do Mondego e, no sentido Oeste-Este, entre a Ponte da Mucela e a Serra do Açor.
Esta dispersão no espaço define a heterogeneidade da região do ponto de vista natural e humano, conduzindo à existência de duas “sub-regiões”: a correspondente ao vale do Alva, constituída por zonas de pequena e média altitude, não ultrapassando por regra os 400 metros; e a da Serra, situada a Oriente de uma linha traçada a partir de Góis, por Celavisa, Folques, Cerdeira a Anceriz, até Avô. No sentido Nordeste/Sudeste, o concelho de Arganil é dominado pelas Serras do Açor e da Lousã, que o atravessam situando-se a uma média de 516m. Situado na província da Beira Litoral, tem como delimitações, a Norte, os concelhos de Penacova, Tábua e Oliveira do Hospital, a Sul, os concelhos de Góis e Pampilhosa da Serra, a Este, os concelhos de Seia e Covilhã, e a Oeste, o concelho de Vila Nova de Poiares.
Conta com 12.145 habitantes e uma densidade populacional de 36,5 hab./Km2. A sua população ativa é de 5.589 habitantes (Censos 2011) e, à semelhança da generalidade dos concelhos do interior do País, tem vindo a perder população apresentando um decréscimo de 10,8% no período de 2001/2011.
Em 2012, com a reorganização administrativa das freguesias, o concelho passou de dezoito para catorze Juntas de Freguesia, nomeadamente: Arganil, Benfeita, Celavisa, Folques, Piódão, Pomares, Pombeiro da Beira, S. Martinho da Cortiça, Sarzedo, Secarias, União de freguesias de Coja e Barril de Alva, União de Freguesias Cerdeira e Moura da Serra, União de freguesias de Cepos e Teixeira e União de freguesias de Vila Cova de Alva e Anceriz.
Do ponto de vista económico, as suas origens são essencialmente agrícolas, pese embora as dificuldades de fazer uma agricultura rentável, dadas as condições acidentadas do terreno. Nas últimas décadas, o concelho de Arganil têm apresentado uma centralidade estratégica no seio da região Centro, de proximidade ao litoral e aos centros urbanos de maior relevância, como Coimbra e Viseu, melhorou significativamente com o Itinerário Principal IP3 e o Itinerário Complementar IC6, enquanto que a Estrada Nacional EN17 continua a assegurar a mobilidade a alguns dos concelhos limítrofes.
Com a melhoria da acessibilidade, tem-se assistido à fixação de algumas indústrias, nas zonas industriais, em especial no Pólo Industrial da Relvinha, onde se verifica uma crescente oferta de espaços industriais infra-estruturados.
Evolução da População Concelhia
Fonte: INE
Nos últimos anos, o concelho tem vindo a perder população, não existindo renovação efectiva da mesma, conduzindo-o a um sucessivo envelhecimento. Este fenómeno afecta de um modo geral todas as freguesias do concelho.
Pirâmide Etária da População do Concelho (Censos 2011)
Vários fatores têm vindo a contribuir para a desertificação concelhia, especialmente a inexistência de um forte dinamismo económico capaz de contrariar essa tendência. A prática de uma agricultura não modernizada, de subsistência, com uma estrutura minifundiária, permitiu e fomentou a transição de população ativa do setor primário para o secundário e terciário, registando as freguesias da parte mais agreste e montanhosa do concelho as perdas mais significativas, permitindo traçar as diferenças, em termos de dinamismo demográfico:
- uma primeira, de atração populacional, constituída pelas vilas de Arganil e Côja e freguesias circundantes;
- e uma segunda, de repulsão populacional, que compreende as freguesias de Cepos, Teixeira, Moura da Serra, Pomares e Piódão.
Esta diferenciação corresponde a um desequilíbrio regional, na medida em que a primeira corresponde à parte do concelho com melhor acessibilidade, em especial às vias de comunicação regionais e nacionais, e a segunda corresponde à parte do concelho de menor acessibilidade, situada na zona mais montanhosa.
O concelho de Arganil, com suas características de montanha densamente florestada, tem sentido esse efeito, ao longo da sua história, no âmbito da sua estrutura económica.
Evolução da População Ativa do Concelho, por Setores de Atividade Económica (1950 a 2011)
A análise da evolução da população ativa no concelho de Arganil, mostra-nos que a agricultura foi uma das mais importantes actividades do concelho.
À semelhança do resto do país, esta importância decresceu nas décadas seguintes, assistindo-se simultaneamente ao significativo aumento da população ativa nos setores secundário e terciário.
Distribuição da População Ativa (%) por Setores de Atividade Económica (2001-2011)
Nos últimos anos, tem-se vindo a registar uma transformação da base económica no concelho, tendo-se registado uma diversificação e modernização, sobretudo na transição da década de 80 para a década de 90, o processo de industrialização fortaleceu-se devido sobretudo à criação dos pólos industriais, nomeadamente do Parque Industrial da Relvinha, criando novos postos de trabalho neste sector. A transição da população do sector primário para o secundário é acompanhada de uma pluriatividade como complemento económico dos agregados familiares.
Subsequentemente verificou-se igualmente o crescimento de atividades económicas, comércio por grosso e a retalho, distribuição e serviços, tanto nas vilas do concelho, como em algumas sedes de freguesia (destacamos aqui a implementação de Instituições Particulares de Solidariedade Social de apoio à população idosa). O emprego é dominado, atualmente, pelo setor terciário, seguindo-se o setor secundário, tendo o setor primário perdido expressão.
O turismo é uma atividade económica com fortes potencialidades no concelho dada a riqueza do património natural associada à paisagem da Serra do Açor e aos rios Alva e Ceira, acrescendo do vasto património histórico-cultural rico relacionado, entre outros, com os centros históricos de Arganil e Côja, a Aldeia Histórica do Piódão, e as aldeias de Benfeita e Vila Cova de Alva (estas últimas integradas na rede de Aldeias de Xisto), têm fomentado o aumento de ativos de ligados a este setor.
O concelho de Arganil tem manifestado algum dinamismo e progresso económico intrínsecos à transformação do tecido produtivo local.
Com a criação do Centro Empresarial e Tecnológico de Arganil (CETA), em 2008, o Município de Arganil, conta com uma Incubadora de Empresas, que visa fomentar o empreendedorismo e dinamismo local, direcionado essencialmente aos jovens empresários, facilitando e contribuindo, para o desenvolvimento, maturação e dinamismo de novos projectos comerciais e empresariais. Integrado no CETA o Laboratório do Centro de Transferência de Tecnologia em Energias Renováveis para o Habitat, pretende fomentar uma troca de saberes e tecnologia entre as unidades de investigação e as empresas locais.
A autarquia, através do CETA, para além de disponibilizar um serviço com o objetivo de facilitar a implementação de novas ideias de negócio direcionado à consolidação de negócios, dispõe de gabinetes, que têm acolhido vários projetos de empreendedorismo. Para o efeito criou o Gabinete “Arganil+ Desenvolvimento” Económico” e o espaço Arganil Cowork, bem como tem vindo a organizar e dinamizar várias iniciativas no âmbito do empreendedorismo.
A atuação da Câmara Municipal de Arganil, pauta-se por reunir as condições necessárias à implementação desta estratégia, apostando nas várias vertentes – económica, social, educacional, cultural, ambiental e desportiva. Indo de encontro às preocupações gerais e particulares, no sentido de criar estratégias que todos comunguem, para se ultrapassar os problemas e condicionantes, aproveitando potencialidades e oportunidades, conducentes ao desenvolvimento social e económico, invertendo a desertificação sentida nos últimos anos.