Arganil debate “Boas Práticas e Economia Circular no Setor Têxtil” no âmbito do Projeto costurar valores

  • Seminário – Costurar Valores

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No âmbito do projeto de economia circular Costurar Valores, o qual pretendeu consciencializar a comunidade para o reaproveitamento de roupas e tecidos em fim de ciclo, decorreu no passado dia 23 de novembro, na Cerâmica Arganilense, um seminário cujas temáticas a debater assentaram naquele que era o seu tema principal: “Boas práticas e economia circular no setor têxtil”. Distribuído por dois painéis em formato mesa redonda e, através da moderação de Marta Lopes, docente da Escola Superior Agrária de Coimbra, este seminário iniciou com uma breve sessão de abertura pelo Presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa e Alexandra Rodrigues da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), à qual se seguiu uma apresentação sucinta deste pioneiro projeto pela vereadora do ambiente Érica Castanheira e por Manuela Sousa, da Eco Sapiens, entidade co-executora do projeto.

O debate abriria posteriormente com o início da primeira mesa redonda sob o tema “Modelo Circular, qual o valor?”. Susana Batista apresentou a Circular Economy Portugal, entidade que pretende ser um polo dinâmico de promoção da economia circular através do apoio e inspirando a comunidade empresarial para a valorização do desperdício e da reutilização. Inês Garcia Martins deu a conhecer a BCSD Portugal, associação que agrega e representa mais de 90 empresas de referência em Portugal, que se comprometem ativamente com a transição para a sustentabilidade. Por fim, Alexandra Rodrigues da CCDRC, falou de alguns dos projetos desta Comissão de Coordenação, mostrando que a transição para uma economia circular é uma das prioridades políticas.

Terminado o 1º painel, foi tempo de visitar a exposição de trabalhos patente no foyer do Auditório, que refletiu todo o empenho e dedicação quer das formandas do curso de longa duração, quer dos participantes das oficinas, nos desafios que lhes foram propostos ao longo deste projeto. Apostando na reutilização têxtil e numa ótica de redução do plástico, foi possível ver carrinhos de compras, sacos de compras, sacos para pesagem de fruta ou para o pão, entre outras peças elaboradas a partir da reutilização de tecidos excedentes ou peças de roupa em fim de vida. Neste intervalo e enquanto se apreciavam alguns produtos endógenos e regionais, houve ainda espaço para uma pequena demonstração de trabalho à máquina de costura, exemplificando a execução de algumas das peças expostas.

Iniciava a 2ª mesa redonda e com ela a temática “Impacto da Economia Circular no sector têxtil: exemplos de boas práticas”. Para abordar este tema, estiveram dois projetos que à semelhança do projeto Costurar Valores foram também eles cofinanciados pelo Fundo Ambiental: Escalabardo da Freguesia de São Luís, por Fernando Parreira e Figueira Circular do Município de Castelo Rodrigo, por Paulo Lourenço e Catarina Guerra. Juntaram-se a eles, em palco, Cristina Brandão com a apresentação da marca Kollib, uma marca de acessórios de moda feitos exclusivamente a partir de reaproveitamento têxtil e Guilherme Braz da empresa The Huub, uma plataforma de logística que abordou as práticas nas quais apostou para ser mais sustentável. O projeto  Escalabardo, iniciativa ambiental, social e comunitária, surgiu com o intuito da criação e venda de produtos têxteis como resposta local e inovadora de economia circular a um problema local/global: têxteis usados deitados ao lixo ou colocados em circuitos que não conseguem concretizar a sua reutilização ou reciclagem. Figueira Circular um pouco à semelhança do projeto Escalabardo e do projeto Costurar Valores pretende combater o desperdício através da reutilização, sendo que criou para isso uma moeda, o “Sustento”, com a qual se compensa quem reutiliza e transforma desperdícios em valores de produto acrescentado.

Funcionando também um pouco como o culminar do projeto Costurar Valores, que teve início em 7 de setembro, houve ainda espaço neste seminário para entrega de certificados de participação quer na formação quer nas oficinas, bem como palavras de apreço, reconhecimento e gratidão pelo empenho, dedicação e esforço, por parte do Presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, bem como da vereadora do Ambiente, Érica castanheira, que lançou ainda o repto aos participantes para que dada a vontade de continuar a reutilizar e criar, não deixassem esmorecer esta atitude e expandissem esta cultura pela comunidade, por um bem comum.

O projeto Costurar Valores despede-se assim enquanto projeto de educação ambiental resultante da candidatura ao Aviso “Re-educa: Educar para uma economia circular” do Fundo Ambiental, mas com largos e seguros passos dados para que continue a crescer e a desenvolver-se.