Autarquia contesta redistribuição de utentes sem médico de família

A Câmara Municipal de Arganil manifesta a sua total surpresa e preocupação face à recente decisão arbitrária dos serviços de saúde de deslocar utentes do concelho sem médico de família atribuído para a extensão de saúde de São Martinho da Cortiça.

Esta medida, que teve um impacto significativo nos utentes servidos pela extensão de saúde de Côja, foi tomada sem conhecimento prévio das autarquias locais e, ao que tudo indica, sem o devido envolvimento do Coordenador do Centro de Saúde de Arganil.

De acordo com as informações transmitidas ao Município, esta redistribuição de utentes resultou da aplicação de um algoritmo informático, cujo funcionamento e critérios levantam sérias dúvidas e suscitam legítima preocupação. O resultado deste processo é, em muitos casos, incompreensível e penalizador para a população, resultando numa solução que consideramos anómala e inaceitável.

O Município de Arganil não se associa nem reconhece este tipo de prática e está já a desenvolver diligencias junto das entidades responsáveis para que a situação seja corrigida. Independentemente dos critérios que possam ter estado na origem desta redistribuição, os seus efeitos são manifestamente desajustados e carecem de revisão urgente.

Importa recordar que esta matéria é da exclusiva responsabilidade do Ministério da Saúde e das entidades descentralizadas que gerem os serviços de saúde. Nesse sentido, a Câmara Municipal está a exigir junto das instâncias competentes que sejam encontradas soluções alternativas que garantam um acesso digno e adequado aos cuidados de saúde no concelho.

A saúde da nossa população não pode ser gerida por soluções automatizadas e descontextualizadas da realidade local. A Câmara Municipal de Arganil continuará a acompanhar esta situação com a firme determinação de defender os interesses dos seus munícipes e de exigir respostas concretas e eficazes por parte das entidades de saúde responsáveis.