Candidatura para criação de Núcleo de Arte Sacra em Arganil teve parecer favorável
A Câmara Municipal de Arganil viu a candidatura que prevê a reabilitação e refuncionalização da Capela do Senhor da Agonia para instalação de um Núcleo de Arte Sacra merecer parecer favorável. A luz verde foi concedida pelos serviços Centrais do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR2020), que assumiu a responsabilidade pela análise da candidatura, ainda que se tratasse de um projeto do âmbito da Estratégia de Desenvolvimento Local do Grupo de Ação Local ADIBER.
Após a análise de elegibilidade e de apuramento do mérito, a candidatura obteve a pontuação máxima de 20 pontos, “o que vem reconhecer o valor do projeto e o seu contributo para a preservação e capitalização do património local e para a dinamização da oferta cultural do território”, frisa Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal, destacando a importância do projeto para a salvaguarda da herança histórica do concelho e das crenças religiosas dos arganilenses.
Localizada à saída de Arganil para o Santuário do Mont’Alto, “um dos locais de maior veneração por parte dos arganilenses, o futuro Núcleo de Arte Sacra funcionará como ponto de partida da peregrinação ao referido santuário”, aponta o líder do executivo camarário.
Em causa está a reabilitação arquitetónica da Capela do Senhor da Agonia, situada na vila de Arganil e classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1982, que se encontra devoluta, dessacralizada e em estado de degradação há vários anos. Paralelamente à reabilitação do edificado, será efetuada a conservação e restauro das estruturas que o integram, designadamente o altar, os retábulos colaterais, o púlpito, a teia e o coro. Esta renovação e adaptação do espaço vai possibilitar a sua refuncionalização e acolher o vasto e importante espólio de arte sacra que se encontra na posse da Fábrica da Igreja Paroquial de Arganil, entidade que se assume como um parceiro preponderante em todo o processo.
Além da vertente de obra, conservação e restauro, o projeto tem subjacente também componentes de museologia e museografia, em que se inclui a definição de toda a estratégia expositiva, a análise e seriação das peças a integrar no núcleo museológico, a produção de conteúdos científicos, definição dos suportes expositivos a adotar e a estratégia de comunicação a prosseguir.
A candidatura submetida pelo Município de Arganil totaliza um investimento de 199.541,50€, propondo o PDR2020 no seu parecer que ao projeto seja atribuída uma comparticipação de 127.399,11€. Para que o projeto prossiga agora no sentido da sua aprovação final, importa que o GAL ADIBER efetue o reforço do anúncio de concurso ao abrigo do qual foi apresentada a candidatura em apreço, estando a Autarquia a aguardar com expectativa uma resposta daquela entidade ao pedido formal da reavaliação da dotação orçamental.
Esta intervenção potencia e é complementar de outras que o Município de Arganil tem vindo a desenvolver, diretamente ou através do estabelecimento de parcerias com outras entidades, com vista à preservação e dinamização do património cultural material e imaterial do concelho. Destacam-se a intervenção de requalificação da Capela de São Pedro, classificada como Monumento Nacional; a instalação dos Núcleos Museológicos de Etnografia e Arqueologia na Casa da Cultura de Arganil; a intervenção de Conservação e Restauro do Arco Triunfal da Igreja Matriz de Vila Cova de Alva; o processo em curso para classificação do Mont’Alto como Sacro Monte e a recente aposta na Programação Cultural em Rede, através dos projetos “Portas do Céu” e “À Beira do Fado”.