Dia Mundial da Poupança, novos (velhos) desafios
No Dia Mundial da Poupança é importante saber se AINDA É NECESSÁRIO POUPAR (?) “Sim, é POSSÍVEL e NECESSÁRIO” – afirma Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado da DECO, GAS.
A taxa de poupança, ou seja, a parte do rendimento disponível que as famílias não usam em consumo, ainda permanece em níveis historicamente baixos.
De uma forma geral, as famílias portuguesas já recuperaram rendimento disponível em 2017, quer tenha sido através da reversão do corte salarial da função pública, quer do aumento do salário mínimo e até mesma pela redução da sobretaxa.
Os comportamentos de poupança visam não só a acumulação de dinheiro, mas definem-se como os alicerces para uma estabilidade financeira. Permitem, também, enfrentar imprevistos e assegurar a independência financeira e o bem-estar emocional familiar. Assim, definir metas para a poupança no orçamento mensal tem de ser uma prioridade de todas as famílias.
Todavia, as solicitações da sociedade de consumo de hoje são ameaças aos comportamentos de poupança a adotar pelos consumidores. Refira-se, por exemplo, a publicidade que contribui para atos de consumo impulsivos, promovidos através da valorização de status, do materialismo e de estereótipos, que têm facilitado o crescimento do endividamento em detrimento da poupança.
É efetivamente necessário poupar?
É fundamental! Para precaver situações de diminuição de rendimentos provocadas pelas alterações do mercado de trabalho e para acautelar os efeitos que novos riscos têm na saúde financeira das famílias. Salientamos as quebras acentuadas do rendimento com a reforma e o aumento das despesas com a saúde e o bem-estar. Aconselhamos, pois, que as famílias constituam poupanças a pensar nos imprevistos e também no seu futuro.
Gerir, economizar e poupar devem ser as palavras de ordem. “Temos que assumir o controlo das nossas despesas no nosso orçamento familiar” – reforça Natália Nunes. “Distinguir o que são desejos e necessidades, definir prioridades, identificar as despesas indispensáveis e aquelas que se podem reduzir. Enfim, repensar as nossas opções de consumo”
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